Com nível baixo, a navegação de transporte de cargas no Rio Paraguai é totalmente interrompida em MS. A Adecon (Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação) havia alertado em julho sobre a possibilidade das interrupções e pedido a realização de dragagem com “máxima urgência”.
Em comunicado enviado nesta segunda-feira (26) ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), a agência informou que a paralisação das navegações transportando cargas ocorreram durante a semana passada.
“Estamos agora diante de uma situação crítica: as empresas de navegação e toda a cadeia produtiva associada já estão sendo obrigadas a adotar medidas drásticas, uma vez que enfrentaremos, provavelmente, cinco meses sem navegação”, ressalta o comunicado.
Segundo a agência, por conta das paralisações das operações, em municípios ribeirinhos começaram a ser realizadas demissões. Além disso, as produções de grãos em grande escala e de minério de ferro começaram a ser transportadas pelas rodovias.
“Instamos as autoridades federais a considerarem o impacto ambiental decorrente dessa situação. O aumento do número de acidentes, a degradação das rodovias estaduais e federais, a maior emissão de CO?, além do significativo acréscimo nos custos de transporte, são consequências diretas dessa mudança. Com custos de transporte mais elevados, haverá inevitavelmente uma redução nos investimentos, na geração de empregos e na renda”, detalha a agência.
A agência ainda afirma que pela demora do atendimento do pedido de dragagem, o serviço terá uma dificuldade maior ao ser realizada. “Mesmo que o DNIT siga todos os trâmites burocráticos e o Ibama libere a operação hoje, a dragagem emergencial só poderá ser iniciada em, no mínimo, 30 dias. A execução da dragagem nos pontos mais críticos, que são distantes uns dos outros, levará mais de 45 dias. Assim, a navegação ficará paralisada por mais de 100 dias”, explica o comunicado.
Plano emergencial - No dia 16 de agosto, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) encontrou 18 pontos críticos na Tramo Sul do Rio Paraguai, que fica em MS. Na época foi afirmado que nos próximos meses o departamento iniciará obras de dragagem entre Corumbá e Porto Murtinho.
Para a execução do serviço o Dnit estava criando um plano de dragagem emergencial. Quando foi divulgado, o projeto passava por trâmites internos de contratação para definir a empresa que realizaria a elaboração do plano.
Em Mato Grosso do Sul, a dragagem tem previsão de duração de até seis meses. Ainda é previsto que a ação deve promover a navegabilidade no Rio Paraguai de outubro de 2024 a setembro de 2025, mesmo em período de calada reduzida.
Outra medida tomada pelo Dnit é a preparação para a realização de manutenção contínua e anual no Tramo Sul do Rio Paraguai. O órgão ainda estava obtendo a Licença de Operação para tornar a atividade regular, como é realizada há mais de 20 anos no Tramo Norte, em Mato Grosso.
Por Geniffer Valeriano