Uma mulher de 57 anos, portadora de depressão profunda e distúrbios psicológicos, sofreu um mal-súbito após receber a notícia de um perito de que está apta a trabalhar. O caso ocorreu na manhã desta terça-feira (24), em uma agência do INSS em Três Lagoas.
Os familiares reclamaram ao site Perfil News, do tratamento que a paciente recebeu dentro do órgão público. Mulher caiu ao chão e teve de ser socorrida pelo Samu.
Depressão
Conforme a família, Neuza desenvolveu problemas psiquiátricos em 2003, depois que a filha de apenas oito anos morreu. A trave da quadra de futebol caiu sobre a cabeça dela. A mãe, que atuava como auxiliar de serviços gerais não teve mais condições para trabalhar.
Em 2012, depois ingressar com um processo na Justiça Federal, Neuza conseguiu um benefício do INSS. Em abril deste ano, após perícia, a Previdência Social, por considerar que ela desfrutava de sã capacidade mental, excluiu a pensão.
Hoje, na ida ao INSS, Antônia acompanhava a irmã, e ficou na sala de espera enquanto ela entrou. ‘’A Neuza perdeu a razão quando ele [perito] disse que ela estava boa para trabalhar. Ela portava todos laudos psiquiátricos, que comprovam sua incapacidade, mas esse doutor George nem olhou. Por quê pedem exame então, se nem conferem? Todos reclamam desses médicos do INSS, que eles não olham nada’’, contou.
Grosseria
Sheila Regina dos Santos Ferreira, irmã de Neuza, também ouvida pela reportagem, mostrou indignação com o médico. Conforme a entrevistada, George teria usado de uma expressão grosseira ao diagnosticar a paciente.
‘’Ele [perito] pediu para ela ‘parar de mamar na teta do Governo’; onde já se viu. Uma mulher que está doente e que, por muito tempo, contribuiu com o INSS, hoje vive tamanha humilhação em busca de um salário mínimo para sobreviver. É revoltante, pois vivemos em um País em que se roubam milhões e ninguém é punido’’, desabafou Sheila.
Ao passar mal na sala do médico, Neuza foi retirada às forças até a recepção por um segurança da agência. Nas imagens, feitas pela irmã dela, é possível ver o funcionário agindo com agressividade com a paciente. Em outro vídeo, já na viatura do Samu e a caminho do pronto-socorro, nota-se que a mulher chegou a urinar na roupa durante o ataque de nervosismo.