A Polícia Civil pediu, nesta terça-feira (23), a prisão preventiva de uma mulher de 45 anos, após ela ficar 22 dias em casa com o corpo da mãe, em Três Lagoas, na região leste do estado. Ao G1 o delegado Ailton de Freitas, responsável pelas investigações, diz que uma denúncia anônima levou a polícia ao local. Em depoimento, a suspeita confessou o crime.
"Nós chegamos no local e ela comentou que cuidava da mãe, uma senhora de 76 anos. No entanto, ela tinha sumido e a filha não sabia do paradeiro. No início mentiu, porém nós continuamos o interrogatório e ela então confessou o crime, mostrando o local onde colocou o corpo da vítima. Em seguida, nós acionamos a perícia e o Corpo de Bombeiros", afirmou o delegado.
As equipes então seguiram até a rua Projetada, por volta das 19h (de MS), dessa segunda (22).
"A filha fala que foi morte natural, porém o corpo já estava em avançado em estado de decomposição e agora nós encaminhamos para o IML [Instituto de Medicina e Odontologia]. Ela fala que a idosa morreu no dia 3 de outubro e agora o laudo é que realmente vai apontar se foi morte natural ou violenta", ressaltou Freitas.
Ainda conforme a polícia, a mulher não demonstrou nenhum tipo de sentimento ao relatar a morte da mãe.
"O crime de homicídio e maus-tratos não foi descartado e por isso pedimos a prisão preventiva. Sabemos que a mulher é enfermeira e nos causou estranheza o fato dela enterrar o corpo no próprio quintal, com a intenção das forças de segurança não saberem desta morte. Foi um fato chocante até para os vizinhos da região", ressaltou o delegado.
A mulher foi encaminhada para delegacia do município e indiciada, em flagrante, por ocultação de cadáver. A pena para o crime pode chegar até três anos de prisão, além de multa. Ela seria levada ao presídio ainda na noite de terça-feira, ou na manhã de hoje(24).