Sexta-Feira, 10 de Maio de 2024

DATA: 17/02/2017 | FONTE: G1 'Imbecilidade oceânica', diz juiz sobre agressão a adolescente em lava-jato Garoto de 17 anos morreu após agressão com mangueira de pressão. Magistrado encaminhou pedido de prisão dos suspeitos ao Tribunal do Júri.
Suspeitos de agredir adolescente com mangueira em lava-jato de MS (Foto: Reprodução/ TV Morena)

Ao analisar o pedido de prisão preventiva dos suspeitos de matarem o adolescente Wesner Moreira, agredido com mangueira em um lava-jato, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, considerou que o ato praticado pelos indiciados é "revestido de uma imbecilidade oceânica". A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS).

Em seu despacho, o magistrado explica que "não há como alegarem que o ato por eles praticado não poderia causar a morte de uma pessoa" e, por isso, resolveu designar o pedido de prisão para uma das Varas do Tribunal do Júri de Campo Grande, responsável por julgar casos de homicídio doloso.

O pedido havia sido feito pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) à 7ª Vara Criminal na terça-feira (14), onde o magistrado Marcelo Ivo de Oliveira atua, mas, apesar do caso ser investigado como crime de lesão corporal de natureza grave, o juiz entende que a situação deve ser tratada como homicídio inicialmente tentado e agora consumado, em razão da morte da vítima.

O delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelas investigações, disse ao G1 nesta sexta-feira (17), que aguarda decisão sobre o pedido de prisão preventiva do dono do lava-jato, Thiago Demarco Sena, de 26 anos, e do funcionário Willian Henrique Larrea, de 30 anos.

"Eu havia pedido a prisão em regime de urgência para a 7ª Vara, responsável pelos casos investigados aqui na Depca, e agora aguardo a decisão da Vara do Tribunal do Júri", explicou.

O advogado dos suspeitos, Francisco Guedes Neto, disse ao G1 na quarta-feira (15) que tem conhecimento do pedido de prisão, mas afirmou que, por enquanto, não vai se pronunciar a respeito.

Ainda no despacho, o magistrado diz que "quando alguém direciona uma mangueira de ar comprimido contra o corpo de outrem, pode até dizer que não se está tentando matar o outro, mas qualquer pessoa minimamente sana sabe que injetar uma mangueira de ar comprimido em alguém, provavelmente causará a sua morte ou, ao menos, sérias lesões".

Nessa lógica, o juiz entendeu que o caso se trata de homicídio com dolo eventual, já que os indiciados assumiram o risco de causar a morte de alguém, e encaminhou o pedido de prisão para uma das Varas do Tribunal do Júri. O processo tramita em segredo de Justiça.

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Wesner Moreira morreu após ser machucado commangueira (Foto: Reprodução/Facebook)

 

Investigação


No dia 3 de fevereiro, o dono do lava-jato e o outro funcionário colocaram mangueira de compressão de ar perto do ânus do adolescente.

Os suspeitos e uma criança de 11 anos, que testemunhou o crime, disseram que o fato era uma brincadeira, mas dias antes de morrer, o adolescente negou que a agressão tivesse sido brincadeira.

Wesner Moreira da Silva foi socorrido em estado grave. O jato de ar causou diversas lesões e fez o garoto perder parte do intestino. Ele ficou internado na Santa Casa de Campo Grande por 11 dias antes de morrer.  O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).

Enquanto esteve no hospital, o adolescente contou para a família detalhes sobre a agressão, disse que perdoava os suspeitos, mas pediu que eles fossem presos, segundo a família.

Os suspeitos podem ser indiciados por lesão corporal grave seguida de morte ou por homicídio doloso. A tipificação será definida pela Depca na conclusão do inquérito, segundo Lauretto. O delegado ainda esclareceu que, a princípio, o caso não foi registrado como abuso porque não ficou evidente a conotação sexual.

Thiago Demarco Sena e Willian Henrique Larrea não tinham ficha criminal. Este último era amigo da família da vítima. 

Crime foi em lava jato da capital de MS (Foto: Flávia Galdiole/ TV Morena)
Crime foi em lava jato da capital de MS (Foto: Flávia Galdiole/ TV Morena)
Gabriela Pavão Do G1 MS
Por Caribel Carvalho




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