O governador Eduardo Riedel lançou na manhã desta segunda-feira (6) a campanha “MS pela vida - Unidos pelo Rio Grande do Sul” e anunciou que vai construir um sistema robusto de ajuda humanitária ao Rio Grande do Sul. O cenário de calamidade pública após inundações no estado mobiliza forças para o resgate e amparo às inúmeras famílias atingidas.

Governador Eduardo Riedel, durante lançamento da campanha (Foto: Fernanda Palheta) 

A iniciativa é uma parceria entre a Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), governo de Mato Grosso do Sul, Energisa e governo do Rio Grande do Sul. O pronunciamento foi feito durante lançamento do ‘MS Day’, que reúne empresários para atrair investimentos ao estado.

O foco inicial da ação é arrecadar kits de higiene, alimentação e água. Conforme o cronograma da ação, a segunda fase da campanha é a ajuda mobiliária. As arrecadações serão feitas na garagem da Federação e no Centro de Convenções Albano Franco, localizado na Avenida Mato Grosso.

“Os bombeiros de Mato Grosso do Sul, no primeiro dia, resgataram quase 900 pessoas lá em Porto Alegre. Levaram os barcos, a caminhonete e toda estrutura de trabalho. É muito importante que a gente tenha a dimensão do que está acontecendo naquele estado. Para enxergar a catástrofe que está acontecendo lá. O estado não vai ficar distante dessa realidade. Nossa agenda não vai parar, mas no paralelo vamos construir um sistema robusto de apoio ao Rio Grande do Sul”, disse Riedel.

De acordo com o gestor estadual, a resposta deve ser imediata, mas vai acontecer de maneira prolongada. Para ele, a iniciativa não se restringe a apenas enviar comida ou água. “É uma campanha de longo prazo. Tenho falado com o governador Eduardo Leite quase diariamente. O Rio Grande do Sul está bem organizado na questão de operacionalizar o apoio que tem chegado lá dos diversos estados brasileiros. A gente tem que tomar essa iniciativa como brasileiro”, completou.

Sérgio Marcolino Longen, presidente da Fiems, informou que a Empresa Vit Log fará o transporte das doações e que pensa em pedir ajuda para a aeronáutica. Além disso, acrescentou que o Senai vai consertar, quando possível, os equipamentos eletrodomésticos como geladeira, fogão e televisores das famílias atingidas. “É a nossa vez, dos empresários, ajudarem”. 

Cenário -  Até o momento, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul já resgatou 900 pessoas e 200 animais. O balanço é desta segunda-feira.

A equipe com nove militares chegou no sábado (04), às 23h ao Rio Grande do Sul e trabalhou até o mesmo horário de domingo (05), sem parar. Na manhã desta segunda (06), as equipes voltaram para a força-tarefa. Foram divididos três militares em cada barco. Os militares do 6° grupamento do Bombeiros Militar vão ficar por dez dias no Estado.

Já aeronave do CGPA (Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo) da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), participou com outras aeronaves, do resgate de pessoas ilhadas e transporte de 700kg de medicamentos enviados a cidades do interior do Rio Grande do Sul.

O helicóptero saiu de Campo Grande (MS) no fim de semana, e ontem (5) atuou no resgate de aproximadamente 450 pessoas, e outras 300 nesta segunda-feira.

Catástrofe  - Rio Grande do Sul já decretou situação de calamidade pública devido às inundações pela chuva, que começou no último sábado (27) e já ultrapassou o esperado para o ano inteiro. Foram afetados 332 municípios.

Conforme dados da Defesa Civil do Estado, até às 9h de ontem, foram registrados 66 óbitos; 101 desaparecidos; 155 feridos. Além disso, 15.192 pessoas estão em abrigos; 80.573 desalojados; e 707.190 pessoas afetadas. 

Por Natália Olliver e Fernanda Palheta