Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

DATA: 26/06/2017 | FONTE: campograndenews Mãe perde guarda da filha depois de suspeitar de abusos por parte de pai Denúncia de estupro não foi adiante e pai processou mulher por alienação parental; Justiça decidiu tirar guarda de criança da mãe
Foto: Reprodução / Ilustração gráfica Caribel News

Desde a última sexta-feira (23), uma mãe, de 29 anos, moradora de Bonito - município distante cerca de 257 quilômetros de Campo Grande - vive a angústia de ter tido filha, de apenas três anos, levada de casa pela polícia e o Conselho Tutelar.

Uma decisão da Justiça entregou a guarda da menina ao pai, de 60 anos, contra quem a mulher diz que já havia registrado um boletim de ocorrência por estupro da filha e outros relacionados a violência doméstica.

De acordo com a mãe, que não será identificada para preservação da criança envolvida no caso, desde que se separou do marido, há um ano, ela sofre com a perseguição e ameaças do homem. De tanto que foi incomodada, ela entrou com um pedido de medida protetiva contra o ex-marido e conseguiu o direito.

Como o homem não desistiu de procurá-la, a mulher disse que, orientada por uma defensora pública, aceitou que a guarda da filha fosse compartilhada com o ex-marido.

Em março, na volta de uma das visitas ao pai, a criança teria chegado em casa chorando e reclamando de dores, segundo a mãe.

A mulher disse que então levou a filha ao médico. Primeiro no hospital da cidade, onde aguardou por mais de seis horas a chegada de um médico ginecologista e não foi atendida. Depois, já no dia seguinte, num posto de saúde, onde um médico constatou que a criança havia sido violentada e a orientou a procurar a polícia.

A mãe conta que foi a delegacia da cidade e registrou uma denúncia junto a delegada, Jennifer Estevam de Araújo. A policial teria solicitado que a menina passasse por um exame de corpo de delito. O exame resultou em negativo e, segundo a mãe, as investigações pararam.

Foi logo após esta situação que a mulher, que morava sozinha com a filha, em Bonito, decidiu voltar à casa dos pais, na cidade de Bodoquena.

“Ele (o pai) entrou com um processo de alienação parental contra mim, porque levei a menina, e com a ajuda de conselheiras tutelares, tomou minha filha de mim”, conta a mulher.

 

A criança foi levada da casa da mãe na última sexta-feira, chorando muito.

Segundo a mulher, ela está na casa do pai, que além de ser suspeito de abusar da criança, não teria condições de cuidar dela, por já estar em idade avançada. “Ela não pode ficar com ele. Não entendo porque tiraram minha filha de mim, eu tenho passagem pela polícia, não tem nada contra, como podem ter feito isso?”, reclama a mãe.

Na decisão, a juíza Paulinne Simões de Souza, da Comarca de Bonito, afirma que ficou demonstrado que a filha tem ótimo vínculo com o pai, conforme relatado por psicólogo do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

“Desse modo, verifica-se que a criança deseja ter contato com o genitor e que este vem atendendo todas as suas necessidades, motivo pelo qual se mostra incabível deferir a guarda unilateral, como requerido na inicial”, escreveu.

No documento, a juíza afirma ainda que “há indícios muito fortes de que a autora (mãe) está dificultando a visitação materna à filha. Além do fato de que possa estar praticando alienação parental”.

Por telefone, a reportagem conversou com a juíza, que afirmou se tratar de um caso em sigilo de Justiça, portanto não poderia emitir nenhum parecer.

"O que posso dizer é que tanto a mãe, quanto o pai estão sendo assistidos pela Defensoria Pública da comarca e que, em breve, haverá uma audiência em que será discutida a questão a guarda da criança. Mas, posso assegurar que de forma alguma iremos tomar uma atitude irresponsável", disse.

A reportagem também tentou contato com a delegada responsável pela denúncia de estupro, segundo o que disse a mãe, Jennifer Estevam de Araújo, mas a informação na delegacia é de que ela está em viagem, participando de um curso.

 

No Conselho Tutelar da cidade, uma conselheira, que preferiu não se identificar, disse que a ordem judicial referente ao caso, que acabou tirando a guarda da menina da mãe e restringindo ao pai, foi cumprida por conselheiros de Bodoquena. 

Em Bodoquena, no telefone do Conselho Tutelar disponível, ninguém atende.





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