Cena de cortar o coração foi registrada pela equipe do Campo Grande News na Avenida Duque de Caxias, na tarde desta quinta-feira (14.mar). Duas araras-canindé, espécie também conhecida como arara-de-barriga-amarela, pareciam “velar” o corpo de integrante do trio estendido no asfalto. 

Arara envolta de corpo estendido no asfalto (Fotos: Paulo Francis) 

Conheço esse comportamento, é muito triste. As araras são muito fieis e têm um comportamento que parece um choro. É muito parecido conosco. Já presenciei na natureza”, explica a bióloga Neiva Guedes, do Instituto Arara Azul.

A especialista em Meio Ambiente e conservação de espécies explica ainda que as araras podem passar horas, às vezes dias, despedindo-se do “ente querido”.

Arara morta na Avenida Duque de Caxias (Foto: Paulo Francis)

Larissa Tinoco, também bióloga e pesquisadora do Instituto Arara Azul, o indivíduo caído no asfalto parece ser jovem. Muito provavelmente, portanto, trata-se de casal que perdeu o filhote.

Ela detalha que o voo próximo e o canto que parece um choro, contudo, são um chamado. Ou seja, estão mais relacionados a uma tentativa de fazê-lo acompanhá-los do que com o sentimento de perda. “As araras vocalizam para se comunicar. O casal voa vocalizando, por exemplo, como forma de incentivo. Vocalizam e esperam uma resposta”.

Neiva explica ainda que há estudo do instituto indicando que nas áreas urbanas, a principal causa de morte em araras são os acidentes com a rede elétrica. No entanto, numa avenida de grande fluxo de veículos e alta velocidade, o animal pode ter sido atropelado.

Nestes casos, a Solurb, concessionária do serviço de coleta de lixo em Campo Grande, deve ser comunicada para que faça o recolhimento da carcaça do animal. O número é o 0800 647 1005. 

Dupla em poste espera reação de ararinha que morreu em avenida (Foto: Geniffer Valeriano) 

Por Anahi Zurutuza e Geniffer Valeriano