Quarta-Feira, 08 de Maio de 2024

DATA: 13/01/2023 | FONTE: campograndenews Só controle químico e cultural funciona contra ataque do caruru nas lavouras Planta daninha exótica foi identificada em Naviraí (MS), em dezembro, deixando vigilância sanitária em alerta
Planta daninha Amaranthus palmeri, identificada em Naviraí; praga se alastra e é capaz de derrubar em mais de 90% a produtividade de alguns grãos. (Fotos: Fernanda Ikeda/Embrapa)

Nas últimas semanas foi identificado no município de Naviraí, em Mato Grosso do Sul, um foco de Amaranthus palmeri, também conhecido como caruru, uma planta daninha exótica, de crescimento rápido e que causa grandes perdas nas lavouras. Em 2015 um foco havia sido identificado em Mato Grosso e a Embrapa atuou no grupo liderado pelo Indea-MT (Instituto de Defesa Agropecuária) para o controle e erradicação da espécie. 

Planta daninha Amaranthus palmeri, identificada em Naviraí; praga se alastra e é capaz de derrubar em mais de 90% a produtividade de alguns grãos. (Fotos: Fernanda Ikeda/Embrapa) 

Pesquisas realizadas no local mostraram que a associação entre o controle químico e cultural é a melhor estratégia para o controle.

A pesquisa também indicou que a rotação de culturas e de mecanismos de ação de herbicidas também são fundamentais para evitar novas seleções de resistência. Para se chegar às recomendações, foram testadas medidas de controle em sistemas produtivos com a sucessão soja-algodão e na cultura do milho.

No caso do controle químico, foram usados herbicidas com diferentes mecanismos de ação em pré-emergência e pós-emergência. Na cultura do milho, além do controle químico, foi avaliado o consórcio com capim Marandu.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Algodão, Sidnei Cavalieri, somente o uso da braquiária já foi responsável por controlar 80% da emergência das plântulas. Isso ocorre devido à cobertura do solo e sombreamento causado pela forrageira durante o ciclo do milho. O uso do capim ajuda também no controle da espécie nos cultivos subsequentes, devido à manutenção da cobertura morta sobre o solo, fazendo o papel de barreira física que impede o desenvolvimento de invasoras.

Rotação de cultura e controle químico

O resultado já seria considerado satisfatório para a maioria das plantas daninhas, porém, considerando-se o potencial de infestação e a busca pela erradicação do Amaranthus palmeri, é recomendado obter eficiência ainda maior. Assim, a associação com o controle químico, tanto com aplicação de herbicidas em pré quanto em pós-emergência são recomendados. 

Para 100% de eficácia no controle, a pesquisa mostrou que nas áreas de consórcio com milho, as melhores alternativas de herbicidas a serem usados são os herbicidas atrazine em pré-emergência e uma combinação de atrazine com tembotrione em pós-emergência.

“Se levarmos em consideração todos os benefícios da palhada para o sistema produtivo, com aumento de matéria orgânica do solo, ciclagem de nutrientes, retenção de água, entre outros, essa estratégia se mostra a melhor alternativa para controle do Amaranthus palmeri”, afirma Cavalieri.

A pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril, Fernanda Ikeda, destaca ainda que os estudos indicaram que o uso do consórcio de milho com braquiária também estimula o controle biológico da planta daninha feito por insetos. Nas observações feitas em campo, a redução na infestação causada provavelmente por inimigos naturais foi de 60% com o consórcio, enquanto com o milho solteiro foi de 30%.

Já na sucessão soja-algodão, dentre os herbicidas avaliados, a pesquisa mostrou que a alternativa mais eficaz é a combinação da aplicação de herbicida pendimethalin em pré-emergência com lactofen ou fomesafen em pós-emergência, na cultura da soja. Em ambos os casos, o nível de controle superou 93% aos 14 dias após a última aplicação. Na cultura do algodão, os melhores resultados foram obtidos com a aplicação de s-metolachlor ou trifluralin em pré-emergência, combinado com amônio-glufosinato em pós-emergência, com eficácia acima de 96% aos 14 dias após a aplicação. 

“Procuramos avaliar a utilização de combinações de herbicidas de diferentes mecanismos de ação com o objetivo de minimizar o risco de seleção para a resistência a herbicidas. Uma forma de se fazer isso é por meio da rotação de culturas, assim somamos aos benefícios do controle cultural e reduzimos a pressão de seleção”, ressalta Ikeda. 

Amaranthus palmeri em início da floração; uso de técnicas como consórcio com capim, rotação de culturas e controle químico se mostram eficientes no combate

Amaranthus palmeri

Considerada uma planta do tipo C4, o Amaranthus palmeri tem crescimento acelerado e compete com a cultura agrícola por água, nutrientes, espaço, luz e CO2. Nos Estados Unidos, onde a ocorrência é mais comum, chega a causar queda na produtividade de 79% na soja, 91% no milho e 77% no algodão, conforme dados de pesquisas norte-americanas.

 

 

 

 

 

* Com informações da Embrapa Agrossilvipastoril

Por José Roberto dos Santos 





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