Com 22 mortes maternas, sendo 14 por Covid-19 no primeiro trimestre de 2021 em Mato Grosso do Sul, a Defensoria Pública entregou a Secretaria de Estado de Saúde (Ses) pedido de atenção à saúde das gestantes e puérperas, entre elas a inclusão a inclusão deste grupo entre as prioridades na imunização contra a doença.
"O Brasil é onde mais morrem gestantes por Covid-19. Nenhum ofício entregue ao secretário ressaltamos que essa quantidade de mortes é expressiva quando comparamos no mesmo período de 2020, que teve apenas três óbitos", pontuou a coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), defensora Thais Nominato.
Divulgação Defensoria MS
O secretário, Geraldo Resende, afirmou que compartilha da necessidade de inclusão das gestantes no Plano Nacional de Vacinação (PNI) e tem pleiteado apoio para a abrangência da cobertura vacinal.
“Para mim o retrato mais cruel é a mortalidade materna e infantil. Eu como ginecologista obstetra sei que minha passagem por aqui [na SES], não será completa se eu não fizer algo a respeito. Sobre a vacina estou pedindo apoio das entidades de ginecologia e obstetrícia para que levem a pauta ao Conselho Nacional de Saúde (Conas) e haja a inclusão desse grupo ”, explicado o secretário.
No mês de fevereiro, o grupo foi excluído do Plano Nacional de vacinação e as Defensorias Públicas de MS e mais 15 estados pediram uma justificativa ao Ministério da Saúde.
Já em 15 de março, uma nota técnica sobre a vacinação das gestantes foi expedida recomendando a imunização das grávidas com comorbidades preexistentes e definiu ainda que a vacina pode ser oferecida a gestantes sem comorbidades após avaliação de riscos e benefícios.
Mas apesar da recomendação, o documento não indicou que gestantes, puérperas e lactantes, devam ser incluídos no grupo prioritário para vacinação.
Além da inclusão das gestantes, a Defensoria reforçou a importância da manutenção dos serviços de saúde sexuais e reprodutivos, com destaque para o DIU de cobre no pós-parto e pós-aborto, para o combate à mortalidade, e o incentivo ao pré-natal.
O secretário reconheceu a necessidade de sobre o tema e pontuou a realização de um levantamento nos municípios sobre “o que falta para um pré-natal eficiente”.
“Vou fazer um levantamento do quantitativo de grávidas no Estado e, inclusive, estou comprando 70 aparelhos de ultrassom para cidades que não têm e aparelhos móveis para chegar a aldeias e áreas rurais de difícil acesso”, ressaltou Resende.