Começou nesta segunda-feira (14/12) a operação de lançamento do cabo submarino de fibra ótica que fará a conexão direta entre a América do Sul e a Europa. Um dos navios do projeto deixou o Porto de Fortaleza, no Ceará, no fim da tarde com destino a Sines, em Portugal. A expectativa era de que a fibra começasse a ser lançada pela manhã, mas devido a condições meteorológicas adversas, o início da ação foi adiado em algumas horas. Ao todo, serão 6,2 mil quilômetros de cabo, que farão o tráfego de dados entre as duas regiões do Globo a 72 Tbs, em um intervalo de apenas 60 milissegundos.

A viagem deve durar cerca de três meses e, considerando o período de testes e últimos ajustes, estima-se que em meados de 2021 o serviço já esteja funcionando. A tecnologia do cabo, que permite conexão em altíssimas velocidades, prepara o Brasil para a internet oferecida pelo 5G.

"O cabo, em alguns lugares, chega a 5 quilômetros de profundidade. É algo impensável, inimaginável, mas agora nós vamos ter uma conexão direta com a Europa. É uma grande entrega que vai ajudar o nosso país no escoamento de dados". disse o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

O projeto teve investimento na casa de R$ 1 bilhão e foi financiado pela empresa EllaLink, proprietária e operadora dos serviços que serão oferecidos pela fibra. Hoje, toda a informação que o nosso país envia para o Velho Continente vai primeiro para os Estados Unidos e de lá segue para data centers na Europa. Esse percurso leva o dobro de tempo do que é necessário para fazer a conexão direta entre as duas regiões. A redução da latência ajuda, por exemplo, aplicações de computação em nuvem, internet banking, reprodução de vídeos e jogos eletrônicos. No caso dos games online, por exemplo, a demora no prazo de resposta é a pior inimiga dos jogadores e pode ser crucial entre vencer ou perder uma partida.

A rede foi projetada para atender necessidades do mercado latino-americano, fornecendo conectividade contínua de alta velocidade, o que resulta em melhorias em todas as plataformas de telecomunicações. Espera-se que o serviço traga benefícios para os negócios digitais, além de atrair investimentos, uma vez com a infraestrutura pronta e em funcionamento.

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Por Fernando Caixeta, do Ministério das Comunicações