Projeto de lei que permiti o poliamor e legalização de casamento entre irmãos, pais e filhos pode ser discutido nesta quarta-feira (21), na Câmara Federal. Sobre o assunto, o deputado Luiz Ovando (PSL) afirmou que é uma deturpação de tudo o que é permitido e princípio de destruição da raça humana.
O sul-mato-grossense afirmou que o projeto será barrado de todas as maneiras. “Vai passar pela discussão e o pessoal vai bloquear isso, vai haver um consenso para evitar esse tipo de apresentação. Isso [projeto] é até agressivo”, diz o parlamentar.
Para ele, as pessoas chegaram a uma condição de confusão de propósitos existencial. Alguns não sabem mais o que é a vida, e ações para preservá-la. “Quando você faz uma proposição dessas, você quebra todos os princípios de valores éticos e moral, onde já se viu casar pai com filha, avô com neta? Isso é uma bagunça! Uma destruição e deturpação da raça!”, diz.
Ele afirmou que a orientação do PSL é de não sustentar a proposição e que não existe chances de passar. Fora isso, Luiz Ovando, crê que dentre os mais de 500 deputados, a maioria ainda tenha “consciência” das proposituras para o bem da sociedade.
Já o deputado Vander Loubet (PT) é a favor do projeto e, por meio da assessoria, informou que acha importante o poder público dar o exemplo no combate a todas as formas de preconceito e discriminação.
Para ele, a sociedade atual tem vários formatos de famílias que fogem do tradicional. “Não vejo problema nisso, acredito que o importante é que as famílias, sejam de qual tipo for, tenham uma convivência saudável e tenham amor entre seus membros. Opinião todo mundo tem, mas é importante que a gente saiba respeitar a vida alheia, mesmo que seja diferente da nossa. Então acho que a aprovação desse PL seria mais um passo importante na garantia dos direitos humanos”, pontuou.
O Projeto
O projeto de lei 3369/2015, que institui as famílias do século XXI foi proposto pelo então deputado Orlando Silva (PC do B) em 2015 e houve o desarquivamento no início do ano.
O PL prevê que o estado reconheça todas as formas de união entre duas ou mais pessoas que para este fim se constituam e que se baseiem no amor, na socioafetividade, independentemente de consanguinidade, gênero, orientação sexual, nacionalidade, credo ou raça, incluindo seus filhos.
O projeto será votado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o relator deputado federal Túlio Gadelha (PDT-PE) deu parecer favorável.