Concurseiros de Campo Grande e Dourados, na região sul do estado, fizeram um abaixo-assinado pedindo a anulação da prova que ocorreu no último domingo (16), com a intenção de preencher vagas na Secretaria de Estado de Educação (SED), de Mato Grosso do Sul. Cerca de 6 mil professores já assinaram o documento e pedem providências. Até o momento, o governo ainda não se posicionou sobre o assunto.
"Estou me recuperando de uma cirurgia, por isso não fui até a delegacia no momento. Mas, estou acompanhando tudo pela internet e já deixei registrado o meu nome do abaixo-assinado. Eu decidi participar por conta dos termos, pela prova ser nominal e, principalmente, pelo fato do gabarito que deveria ser público. Desta forma, todos teriam acesso, a tranparência é fundamental e exigimos resultados públicos para todos acompanharem", afirmou ao G1 a professora de ciências, Ana Paula de Oliveira, de 35 anos.
Joyce Dantas de Souza, de 27 anos, que atua na área de língua portuguesa, ressaltou que também assinou o documento e está acompanhando os pedidos no Ministério Público Estadual (MPE-MS). "Nós queremos sim a anulação da prova e que seja feita outra", ressaltou.
Assim como as candidatas, o professor de arte Dionathan Nayte, de 30 anos, também fez a prova no fim de semana. Ele saiu do Paraná até a capital sul-mato-grossense e retornou no mesmo dia. "Em seguida, comecei a participar dos grupos, nós também procuramos advogados e vamos ver os próximos passos", disse.
Adriana, que também fez a prova para o concurso do município, em 2016, diz que lamenta ainda não ter sido chamada. "Eu não fui chamada, somente 4 pessoas. Nós estivemos falando com o juiz, já fomos na câmara em Dourados, mas, ainda não tivemos providências. Agora, um novo problema neste outro concurso. No último caso, eu assinei a petição eletrônica e pretendemos a anulação", comentou a professora de matemática Adriana da Silva Costa, de 45 anos.
Candidatos mostram questão da prova em MS com formatação diferente e que poderia "induzir ao erro" — Foto: Redes sociais/Reprodução
No domingo (16), horas após a prova, concurseiros criaram 3 grupos de WhatsApp, denunciando erros e possível fraude. A prova durou em média 4 horas, com centenas de candidatos distribuídos em duas universidades de Campo Grande. Já na saída, ao invés de comentarem sobre as 80 questões, o que se viu foi "muita polêmica" ao redor do concurso.
Candidatos também informaram problemas como: a prova ser preta e branca, com imagens distorcidas e mal formatadas, problemas de fontes maiores em alternativas, o que poderia induzir o candidato ao erro, questões de língua portuguesa, na qual citava parágrafo e não tinha este parágrafo para consulta, dificuldade em destacar o gabarito, pois, o papel não possuía nem o corte, impressões apagadas, candidatos que receberam possível gabarito já preenchido, além de conteúdo que não estava no edital e estavam cobrando.
"O cartão de respostas era na mesma folha da prova e a gente tinha que rasgar ele na mão, não tinha nem o lugar do picote. Nós ficamos muito indignados, pois era difícil até de marcar as respostas. A formatação não teve a qualidade necessária, o gabarito tudo borrado, com letra minúscula e prints de internet, o que dava para ver nitidamente. Nós pagamos caro e não ficamos satisfeitos, agora não sei o que vai acontecer", finalizou na ocasião a professora Joyce.