Policiais civis do 2º Distrito Policial e a 16ª Promotoria de Justiça do Ministério Público Estadual deflagraram na tarde desta quarta-feira (5/12) em Dourados e Campo Grande, a Operação Cifra Negra.
Ao todo, são 10 mandados de prisão e um de busca e apreensão nas duas cidades, expedidos pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Luiz Alberto de Moura Filho.
Os vereadores Idenor Machado (PSDB), Pedro Pepa (DEM) e Cirilo Ramão (MDB) foram presos. Idenor comandou a Câmara entre os anos de 2010 e 2016.
Além deles, o ex-vereador Dirceu Longhi (PT) e Hamilton Salina acabaram detidos na maior cidade do interior do Estado.
De acordo com nota encaminhada à imprensa, a ação é originária de outras duas operações, a Telhado de Vidro e a Argonautas – deflagradas em 2013 em 2014 - e que investiga crimes de colarinho branco.
Na Câmara de Dourados, as investigações apontam para corrupção ativa e passiva.
Conforme o Ministério Público, em diversos processos licitatórios realizados nos anos anteriores dentro da Casa, empresas consideradas como ‘cartas marcadas’ se apresentavam e atuavam em conluio.
Algumas delas, conforme o MPE, existiam apenas no papel para simular uma concorrência legal. “Sem a devida concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes”, diz trecho da nota.
Propinas
Ainda de acordo com o Ministério Público Estadual, para garantir o esquema, essas empresas repassavam na época, valores aos vereadores a título de propina.
Na tarde desta quarta-feira (05), a Câmara de Vereadores divulgou no site oficial cancelamento da sessão solene de entrega de homenagens e honrarias que ocorreria nesta data (05), a noite.
O cancelamento ocorreu logo após a prisão de três vereadores Idenor Machado (PSDB), Pedro Pepa (DEM) e Cirilo Ramão (MDB), presos na Operação Cifra Negra.
A divulgação no site fala que a alteração é por “motivos de força maior”, conforme justificado pela presidente da Casa, Daniela Hall (PSD).
Ainda não há previsão de nova data para ocorrer a solenidade.