Portaria número 144, publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, edição desta segunda-feira (05), criou uma força-tarefa para desvendar as circunstâncias dos crimes e prender os envolvidos em três recentes assassinatos ocorridos em Campo Grande, todos, segundo a medida, praticados por organizações criminosas.
Assinado pelo diretor-geral da Polícia Civil de MS, Marcelo Vargas Lopes, a portaria inclui como prioridade número 1 as investigações acerca das mortes do sargento da Polícia Militar reformado, Ilson Martins Figueiredo, fuzilado em 11 de junho passado; Marcel Costa Hernandes Colombo, 30, conhecido como o Playboy da Mansão, assassinado com tiros de pistola num bar da cidade no dia 18 de outubro e de Orlando da Silva Fernandes, 41, conhecido como “Bomba”, metralhado com tiros de fuzil 762, no dia 26 de outubro.
Ainda de acordo com a portaria, pode haver conexão entre os crimes, daí o chefe da Polícia Civil, resolveu:
“Criar força-tarefa para desenvolver todos os atos investigatórios visando a completa elucidação dos fatos e de todas as suas circunstâncias, integrada por membros designados através de portaria específica publicada em boletim reservado”.
Conforme a portaria, “desde o mês de junho do corrente ano houve no âmbito da Capital a deflagração de ações criminosas que caracterizam crimes de homicídio qualificado praticados mediante paga ou recompensa, com emprego de meio que resultou perigo comum, além da utilização de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima”.
Nota-se, pela medida publicada no Diário Oficial, que os crimes podem ter sido práticos a mando, isto é por pistoleiros que teriam sido recompensados pela chacina.
Ainda de acordo com a portaria, “todas as unidades da Polícia Civil deverão prestar total e irrestrito apoio quando solicitados pelos integrantes da Força-Tarefa, independente de autorização do superior hierárquico”.
A força-tarefa só será desfeita depois de concluídas as investigações.
OS CRIMES
Marcel Costa Hernandes Colombo, 31, foi morto num bar situado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, na madrugada do dia 18 do mês passado. Ele bebia cervejas com dois amigos e foi morto com tiros de pistola disparados por um homem ainda não identificado (ver vídeo).
Também conhecido como o Playboy da Mansão, Colombo já havia sido preso pela Polícia Federal por contrabando. No entanto, ele foi inocentado pelo crime em questão.
Veja o momento em que atirador chega e atira contra Marcel
Oito dias depois do assassinato de Playboy, dia 26 de outubro, Orlando da Silva Fernandes, 41, no início da noite daquele dia foi metralhado com tiros de fuzil.
Apelidado de Bomba, Fernandes teria sido segurança de Jorge Rafaat, morto em junho de 2016, em Pedro Juan Caballero, Paraguai, com tiros disparos por uma ponto 50, metralhadora capaz de derrubar até avião. Ele já havia processado por participação em esquema de tráfico de drogas.
Em junho deste ano, o sargento reformado Ilson Martins de Figueiredo, 62, então chefe da segurança da Assembleia Legislativa de MS, também foi fuzilado com tiros de fuzil AK-47, na Avenida Guaicurus, principal via do Jardim Moema, em Campo Grande.
Figueiredo já havia se encrencado com a polícia. Em 1982, ainda com a patente de cabo da PM, ele foi tido como suspeito de integrar uma quadrilha de assaltantes. Anos depois, ele foi inocentado.
Ilson Martins Figueiredo, sargento reformado foi fuzilado dentro do carro
Foto: Anna Gomes