Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

DATA: 02/07/2018 | FONTE: G1 MS No Dia do Bombeiro, coronel fala de paixão que passou de pai para filho: 'Nunca houve limite para salvar vidas' Nesta segunda-feira (2), o coronel da reserva relembra ao G1 histórias, homenagens, tristezas e até reencontros que teve ao longo de 33 anos de serviço.
Foto: Reprodução / Ilustração gráfica Caribel News

Dia do Bombeiro Brasileiro, dos profissionais conhecidos como "heróis anônimos" que, diariamente estão prontos para salvar a vida de desconhecidos. Aqui em Campo Grande, quando o estado ainda nem tinha este nome, José Reis Pouso Salas, atualmente com 75 anos, já estava trabalhando na corporação, o que inspirou o seu filho. Nesta segunda-feira (2), o coronel da reserva relembra ao G1 histórias, homenagens, tristezas e até reencontros que teve ao longo de 33 anos de serviço.

"O quartel foi criado na Costa & Silva em 1970, quando a divisão do estado ainda não tinha acontecido. Depois, houve novo quartel em 1985. Eu fui o primeiro comandante-geral da corporação, sendo policial militar com especialização em bombeiro. É uma paixão e, em se tratando de paixão, você não tem limites para calcular tudo o que aconteceu de bom e ruim. A gama de coisas boas são muito maiores. São vidas alheias, riquezas que temos a salvar e ajudar o próximo é a nossa missão", comentou Reis.

Em datas comemorativas, como Dia do Bombeiro e das crianças, por exemplo, o coronel relembra que realizava eventos e muitas pessoas tinham a oportunidade de andar nas viaturas.

"Meu filho foi uma das pessoas que presenciou e participou de tudo isto. Muitos depois ingressaram na corporação e atualmente estão com os filhos seguindo na carreira", explicou.

Uma das situações que o marcou, conforme José Reis, foi o momento em que um fazendeiro perdeu dois filhos.

"Ele morava ali no cruzamento da rua da Paz com a rua Bahia, no Jardim dos Estados. Era um local de díficil acesso, distante do quartel e a comunicação também era muito ruim. Nós ficamos sabendo que ele mantinha um depósito, com tintas e até combustíveis que levava para fazenda. As crianças, ao brincar ali no local, pegaram um tábua, colocaram fogo e morreram queimadas", relembrou.

Coronel ao lado do pai aposentado e 'apaixonado' pelo Corpo de Bombeiros de MS (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Coronel ao lado do pai aposentado e 'apaixonado' pelo Corpo de Bombeiros de MS (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Poucas viaturas

 

O coronel conta que o pelotão tinha somente três viaturas.

"A casa já tinha caído ao chão quando ficamos sabendo. Outras ocorrências que atendíamos neste bairro era de pessoas que caíam em poços artesanais, de cerca de 30 metros de profundidade. Uma vez, nós salvamos um homem que estava embriagado e caiu lá", disse.

Já no município de Jardim, a 217 km de Campo Grande, o coronel atendeu a uma vítima de acidente de trânsito.

"Eu trabalhei no estado inteiro. Neste caso, precisávamos de um helicóptero para levar esta vítima até Cuiabá. Anos depois, eu estava em uma solenidade e ele chamou a esposa dele e disse: olha aí o responsável por eu estar assim, andando de muleta, mas vivo. O senhor não me conhece, mas, foi você quem me salvou. E é assim, não temos vínculo com ninguém e cumprimos a nossa missão", falou.

 

Filho que herdou a paixão e entrou na corporação em 1995, o coronel Frederico Reis Pouso Salas, de 43 anos, conta que "viveu" a profissão em toda a sua infância e adolescência.

"Sou bombeiro militar e prezo muito, batalho muito e trabalho muito em prol da corporação. É uma profissão de risco e, quando somos declarados aspirante, já falamos do risco da própria vida. No meu caso, tive esta experiência em um acidente ocorrido no ano de 2001", ressaltou.

Na ocasião, o coronel estava em combate a um incêndio florestal, quando o avião sofreu uma pane e caiu. O piloto morreu e Frederico ficou gravemente ferido.

"Eu me recuperei graças a Deus e, seis meses depois, já estava atuando. Cheguei a pensar que não voltaria pra casa, esse acidente me marcou muito. Hoje atuo como chefe da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros, fiscalizando e reforçando a prevenção nas edificações".

Coronel foi o primeiro comandante geral do Corpo de Bombeiros em MS (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Coronel foi o primeiro comandante geral do Corpo de Bombeiros em MS (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Origem da data comemorativa

 

A escolha desta data é uma homenagem a criação do Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, inaugurado em 2 de julho de 1856, no Rio de Janeiro, e sob o comando do major João Batista de Morais Antas.

 

Oficialmente, o decreto-lei nº 35.309, de 2 de abril de 1954, é quem instituiu o Dia do Bombeiro Brasileiro. Na mesma semana, também ocorrem prevenções contra incêndios. Antigamente, antes do Imperador D. Pedro II assinar o Decreto Imperial nº 1.775 que regulamentava o serviço de bombeiros, o badalar dos sinos era sinal de que homens, mulheres e crianças tinham que formar uma fila no poço mais próximo e assim, passarem baldes de mão em mão até chegarem ao local do incêndio.





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