Trinta e quarto pessoas foram presas em uma operação da Polícia Federal contra o contrabando de cigarros nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Duas quadrilhas, sediadas em Sorocaba (SP), são apontadas por distribuir os produtos ilegais trazidos do Paraguai. Entre presos estão um policial militar rodoviário e os chefes das organizações criminosas.
Foram expedidos pela Justiça 35 mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, 45 mandados de busca e apreensão, 32 de bloqueios de bens. Três pessoas são consideradas foragidas. Dos 34 presos, quatro estavam com armas e mercadorias contrabandeadas.
Apontado como um dos chefes das quadrilhas, Ednaldo Sebastião da Silva já foi preso diversas vezes por contrabando e atuava em Sorocaba há mais de 10 anos. O G1 tentou contato com o advogado de defesa de Ednaldo, mas ele não foi localizado. O nome responsável pela outra organização criminosa não foi divulgado.
A operação, batizada de Homônimo, cumpriu mandados em Sorocaba, Jundiaí, Piracicaba, Várzea Paulista, Cesário Lange, São Paulo, Linhares (ES), Umuarama (PR), Naviraí (MS) e Iguatemi (MS).
Polícia Federal investiga quadrilhas por contrabando em Sorocaba (Foto: Priscila Mota/TV TEM )
As equipes foram mobilizadas para investigar duas casas em dois condomínios de alto padrão localizadas na zona industrial de Sorocaba, locais onde moravam os chefes das quadrilhas. Ednaldo estava em uma das residências e foi encaminhado à delegacia.
Durante coletiva de imprensa, o delegado da Polícia Federal Eduardo Fontes divulgou que foram apreendidos R$ 200 mil, duas armas de fogo e 3 milhões de maços de cigarro. Foram encontrados também cinco depósitos com mercadorias que eram repassadas para a venda em outros locais.
Em Umuarama, a Polícia Federal de Guaíra cumpriu um mandado de busca e apreensão e um motorista foi encaminhado à delegacia para prestar depoimento.
PF cumpre mandados em condomínio de alto padrão de Sorocaba (Foto: Jomar Bellini/TV TEM )
De acordo com as investigações, que começaram em agosto de 2017, as quadrilhas sonegavam mais de R$ 14 milhões em impostos em 8 meses e faturavam R$ 6 milhões por mês com a venda da mercadoria ilegal.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, durante toda a investigação, foram elaborados 17 autos de prisão em flagrante com o apoio da Polícia Rodoviária Estadual, com a prisão de 25 pessoas, apreensão de 25 veículos entre caminhões, vans e automóveis e apreensão de 4.276 caixas de cigarro - um total aproximado de 4.276.000 maços.
A Operação tem o nome de "Homônimo", pois os chefes das duas organizações criminosas investigadas são conhecidos como "Roberto", embora sejam duas pessoas diferentes.
O policial militar rodoviário que foi preso preventivamente foi encaminhado ao presídio Romão Gomes na capital. Os outros detidos, entre eles Ednaldo, foram levados à delegacia da Polícia Federal de Sorocaba.
Cigarros foram apreendidos pela Polícia Federal em Sorocaba (Foto: Arquivo pessoal)
Operação Homônimo é comandada pela Polícia Federal de Sorocaba (Foto: Carlos Dias/G1)