Levantamento da secretaria estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) aponta que o câncer de próstata provocou a morte de 120 homens no estado este ano. O órgão aponta ainda que a maior parte da população masculina sul-mato-grossense, na faixa etária de risco (a partir dos 45 anos), nunca passou por uma consulta com um urologista e, por isso, reforça a importância do trabalho de prevenção contra a doença, que é destacado nas ações do “Novembro Azul”.
“Temos dificuldade de acesso aos homens, principalmente na questão da conscientização da população, já que existe um preconceito, um mito, em torno do exame (de toque retal). A maior parte da população masculina nunca procurou um médico se quer”, afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Estado (SBU-MS), o médico urologista João Juveniz.
Ele explica que a partir dos 45 anos todos os homens devem fazer os exames preventivos para detectar qualquer alteração na próstata. Segundo o médico, para homens que já possuem fatores de risco, como antecedentes de câncer de próstata ou de mama na família e homens da raça negra, os exames devem ser feitos a partir dos 40 anos. “Alguns homens possuem fatores que predispõem a doença”, afirmou.
A alteração mais comum da próstata é a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) e alguns sintomas mostram que algo precisa ser investigado. “Entre os sintomas estão dificuldade para urinar, ardência para urinar, aumento das micções noturnas e gotejamentos após as micções”. Conforme Juveniz, no caso dos tumores malignos os sintomas podem não aparecer na fase inicial da doença.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados, por ano, cerca de 1,1 mil novos casos da doença em Mato Grosso do Sul para cada 100 mil habitantes. “Mas sabemos que 90% dos casos de câncer de próstata diagnosticados no início apresentam chances de cura. Por isso, os exames preventivos tornam-se imprescindíveis”.