Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024

DATA: 05/09/2017 | FONTE: catedralnavirai Naviraí das antigas: conheça a história da igreja católica de 1956 aos dias atuais
Foto: Reprodução / Ilustração gráfica Caribel News

“No princípio Deus criou o céu e a terra” (Gn. 1, 1-2). No princípio era mata, densa e sombria. As aves beliscavam as gostosas jabuticabeiras, os macacos brincavam despreocupados, os animais circulavam, em plena liberdade, por entre as arvores seculares. De repente, um som diferente ressoa na mata. Muito devagar, passos decididos se aproximam. Vindo de lugares distantes, com grande esperança, chegavam a esta terra, já habitada pelos índios guaranis, os pioneiros.

 

O pequeno rio já havia recebido o nome de Naviraí pelos índios e assim ficou sendo chamada nossa cidade onde vivemos, lutamos, trabalhamos e formamos, aos poucos, a então Paróquia Nossa Senhora de Fátima, hoje, Catedral formada por uma grande rede de Comunidades onde nos reunimos para louvar e agradecer a Deus.

Tentamos, através dos “Livros Tombos” da Catedral e de algumas pessoas pioneiras, lembrar e relatar a nossa história, uma vez que os pioneiros habitantes de Naviraí trouxeram de sua terra e de suas famílias, um profundo sentimento de religiosidade, pois, desde o inicio, viviam sua fé em seus lares.

A família Finotto, no ano de 1956, construiu a primeira igrejinha, na beira de córrego muriti, sítio Jesus da Lapa, estrada que vai para o Porto Cauá. O protetor era Jesus da Lapa. Os primeiros Padres franciscanos que animaram nossa vida religiosa vinham de Dourados a cavalo e isto acontecia de seis em seis meses. O transcurso era difícil. À noite, dormiam em couro de boi, na mata, ou em alguma casa, quando encontravam.

A primeira missa, aqui celebrada, foi no dia 28 de agosto de 1953, pelo Pe. Frederico. Em seguida, Pe. João Damasceno celebrava a missa e os terços nas casas. Também visitava as colônias, fazendo batizados e casamentos. O Sr. José Cândido de Castro foi o presidente da comissão da primeira Igrejinha, construída em meados de 1956. As telhas vieram de Presidente Epitácio – SP, por meio de lancha até o Rio Amambai, quando o Sr. Cândido de Castro e seus filhos, Ítalo e Antonio trouxeram-nas até Naviraí, em dois caminhõezinhos.

Na inauguração da Igrejinha de Naviraí, a imagem de N. Sra. de Fátima, que estava na igrejinha de Jesus da Lapa, foi trazida em procissão. A cidade ia crescendo e a capela ficando pequena. O Sr. Cândido pensou aumentá-la e, para arrecadar fundos, construiu um barquinho, sendo que era cobrada uma pequena taxa  para usá-lo. A Igrejinha de alvenaria foi iniciada, mas não concluída, pois Pe. Marcelo Olivier, talvez já sonhando na atual, mandou demoli-la.

Por volta dos anos 1964 e 1965, a nossa comunidade era atendida pelos padres franciscanos de Caarapó - MS. Quando vinham, celebravam até 70 batizados e muitos casamentos. Nesta época, a Sra. Uliana de Marco Castro era quem fazia as exéquias dos corpos dos falecidos.

No ano 1970, chegou em definitivo Pe. Marcelo Olivier. Nos primeiros tempos residia nas famílias Sakae e Fabris. No dia 02 de fevereiro de 1972, foi fundada a então Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Naviraí, sendo seu primeiro pároco, o próprio Pe. Marcelo Olivier.

As missas eram celebradas no antigo salão paroquial. Nesta época, o trabalho pastoral era animado pelos marianos, movimento familiar, cursilho, jovens e catequese. De 18 de março a 08 de abril de 1973 aconteceram as primeiras Missões Populares, depois destas, várias se repetiram.

Em maio de 1973, chegou o Pe. Luiz Passa do Rio Grande do Sul, sua vinda foi uma ajuda da Diocese de Caxias do Sul – RS, no projeto denominado de Igrejas Irmãs. No dia 16 de julho do mesmo ano, os pedreiros iniciaram as escavações, onde seria erguida a tão sonhada casa do Senhor, nossa Catedral.

Na data de 19 de agosto, ainda no mesmo ano, foi realizada a bênção da pedra fundamental, por D. Teodardo Lentz. O Sr. Bispo salientou a firmeza da fé. "Fé não é coisa que se muda todo dia. Deve ser firme como o alicerce desta futura Igreja. Deve ter como fundamento Jesus Cristo". Neste período, o presidente da comunidade era o Sr. Sakae, ajudado por uma comissão.

Em fevereiro de 1974, iniciou o Apostolado da Oração. Também neste mês, dia 2, a primeira religiosa da Congregação das irmãs Missionárias Scalabrinianas, Irmã Maria Passa, vem à Naviraí trabalhar em Missão, junto ao irmão, Pe. Luiz Passa.

No dia 24 de Junho do mesmo ano, é colocada a estrutura metálica de ferro, vinda de Guaporé-RS. Em 6 de agosto de 1974, chegaram as telhas de zinco de Porto Alegre - RS. Nestes anos, o Movimento Cursilho de Cristandade era muito ativo, bem como, os jovens, que aos domingos, à tarde, faziam palestras nas Escolas. As serrarias, fazendas e escolas eram, frequentemente, visitadas pelo Padre, Irmãs e Leigos.


A inauguração de nossa então “Igreja Matriz” aconteceu, em 10 de novembro de 1974. Às 8h, saiu a procissão da Igreja velha. O povo carregava as imagens.O Padre levava o Santíssimo. Havia uma massa humana que não cabia no recinto.

As portas foram abertas pelo presidente, Sr. Sakae e toda a sua comissão estava presente. Uma centena de bancos provisórios foi providenciada. Os cursilhistas cantaram na missa de inauguração.

Em 20 de janeiro de 1975, o Sr. José Telmo Viero e sua equipe coordenaram os trabalhos do término da construção. A Igreja Matriz foi coberta e recebeu piso bruto. Em fevereiro, a Paróquia cede um terreno para construir o Clube de Mães. Em 6 de abril, a primeira capela é inaugurada, no Borborema, construída com madeiras e telhas da primeira Igreja.

A imagem da Padroeira Nossa Senhora Aparecida foi levada em procissão motorizada. Em 31 de agosto, foram inauguradas as três grandes portas e o janelado azul que atualmente foi trocado, e, em novembro, as marquises. Em 21 de fevereiro de 1976, chegaram as Irmãs Rosa Maria Smamiotto e Lúcia Pilizzaro, a fim de formar a Comunidade Religiosa das Irmãs Missionárias Scalabrinianas, que até hoje atuam em Naviraí.

A capela S. João do Valdete é inaugurada em 14 de dezembro. O primeiro dia de formação de 33 casais aconteceu em 22 de agosto de 1976. Depois deste, muitos outros aconteceram. Com alegria, na data de 17 de dezembro de 1976, depois de longa espera, é entregue a casa Paroquial. O padre transferiu-se para sua nova residência e a casa antiga ficou entregue às irmãs Scalabrinianas que até hoje residem nela.

Os primeiros Ministros Extraordinários da Eucaristia foram nomeados em março do ano de 1977.

O reboco da então “Igreja Matriz” aconteceu na comissão presidida pelo Sr. Edio Blach do mesmo ano.

Em 31 de julho de 1977, aconteceu a despedida do Pe. Luiz Passa e após esta data Paróquia foi assistida pelos padres da Congregação do Verbo Divino. O primeiro Pároco Verbita foi o Pe. João Wargulerwski. No final do ano 1978, o presidente da Paróquia foi o Sr. Pedro Martins que, junto com sua equipe, realizou o calçamento em frente à Igreja, colocou o forro e a aparelhagem acústica. 

 

Em 1979, mês de junho, é fundada a Legião de Maria e em dois de setembro, a Conferência dos Vicentinos. No ano de 1980, também foi fundado a Associação de Recuperação de Alcoólatras de Naviraí - ARA. A primeira Assembleia Paroquial realizou-se no dia 22 de novembro de 1981.

E as comunidades vão surgindo... Em 27 de abril de 1980, iniciou a construção da capela S. Pedro e S. Francisco e sua inauguração aconteceu em 15 de agosto de 1982.

Os Irmãos Maristas chegaram em nossa Paróquia, a fim de trabalhar na Pastoral da Juventude, no ano de 1982. Em março de 1986, para facilitar o trabalho pastoral, a Paróquia foi dividida em setores. Em abril de 1986, foi inaugurado o Centro Comunitário da Comunidade Nossa Senhora das Graças, no Jardim Progresso.

Com a novena de natal, no ano 1986, teve início a Comunidade Nossa Senhora de Aparecida – João de Barro.
No ano 1987, iniciou-se a construção do atual Salão Paroquial e, em 1988, organizou-se a Comunidade São Sebastião, no Córrego do Touro.

Em 4 de março de 1990, após o Sínodo Diocesano, foi formado o primeiro CPP e os CCPs. O movimento RCC teve seu primeiro encontro em maio do mesmo ano. A promoção Humana, que existia há anos, em julho de 1990, teve seus estatutos registrados. A Comunidade Nossa Senhora das Graças colocou a pedra fundamental de sua Igreja no dia 1 de dezembro de 1990 e a Comunidade Nossa Senhora Aparecida dia 08 de dezembro do mesmo ano. Em 6 de abril do ano 1991, D. Teodardo realiza a inauguração da primeira etapa das duas igrejas. Em 1992, criou-se, na Rua Tarumã, a Comunidade Rosa Mística.

No ano de 1992, organizou-se a Pastoral dos migrantes, junto ao grupo de paraguaios. No mês de dezembro do mesmo ano, Pe. Carlos Humberto Carneiro de Camargo tomou posse como pároco. Nesta época, era grande a participação na Igreja Matriz, por vezes, tornava-se pequena para abrigar todos os fiéis. Por esta razão e, em vista da descentralização das comunidades, pensou-se em sua ampliação, restauração do piso, iluminação, calçamento, pintura e torre da então “Igreja Matriz.” Organizou-se, então, uma comissão para arrecadar fundos com os fiéis mais antigos da comunidade que, mensalmente, contribuíam com uma taxa, bem como, contou-se com a ajuda de todos os dizimistas. A ampliação foi coordenada pelo engenheiro Dr. Osvaldo Suekame e pelo arquiteto Dr. Mauricio Azevedo de Oliveira.

Em 1997, a então Paróquia Nossa Senhora de Fátima, celebrou de maneira radiosa seu jubileu de Prata, respondendo aos apelos da Igreja Particular e Local, em rumo ao novo milênio. Estavam organizados com CPP e CCPs, formando assim, uma grande rede de comunidades no centro, periferias, sítios, fazendas, tendo como centro Jesus Cristo, pedra angular, tendo presente a ímpar contribuição na vida da Igreja das pastorais, movimentos e serviços que já estavam consolidados: Past. Do Batismo, Past. Da Juventude (rede de juventude), Past. Familiar (noivos, legitimação, grupos de vizinhos), Past. Social: criança, mulher, saúde, migrante, Past. Do Dízimo, Pat. Vocacional e Catequese. Movimentos: Legião de Maria, Cursilho, Apostolado da Oração (capelinha) e RCC. Serviços: Vicentinos.

Após vários estudos e especulações, no dia 01 de junho de 2011, recebemos o anúncio do Papa Bento XVI, com a criação da Diocese de Naviraí e a nomeação do seu primeiro bispo, o Monsenhor Ettore Dotti, da Congregação Sagrada Família (CSF). Foi desmembrada da Diocese de Dourados (MS), com os seguintes dados: uma extensão de 35.138 km2,, uma população de 267.356 e o número de católicos,  aproximadamente a 197 mil. Composta por: 19 paróquias, 27 padres (10 diocesanos e 17 religiosos), 25 religiosas, 9 seminaristas. O território da nova diocese abrange 18 municípios: Anaurilândia, Angélica, Bataguassu, Batayporã, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Ivinhema, Japorã, Jataí, Juti, Mundo Novo, Naviraí, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Paranhos, Sete Quedas, Tacuru e Taquarussu. Sendo assim, a Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima foi elevada à categoria de Catedral da Diocese de Naviraí.

No dia primeiro de junho de 2013, segundo aniversário de criação da Diocese de Naviraí - MS, foi realizada uma carreata com a imagem do Imaculado Coração de Maria, padroeiro da Diocese, trazida pela comunidade do Santuário Diocesano Imaculado Coração de Maria de Nova Andradina até a UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campos de Naviraí, passando pelo centro do município de Naviraí e depois foi solenemente introduzida na Catedral Nossa Senhora de Fátima. Após a carreata, às 19h, teve início a Celebração Eucarística presidida pelo Excelentíssimo e Reverendíssimo Dom Ettore Dotti, CSF, Bispo Diocesano, concelebrada por vários sacerdotes e na numerosa presença de fiéis da região, – conforme versam as normas da Sagrada Liturgia  foi realizada a DEDICAÇÃO DA IGREJA CATEDRAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, DA DIOCESE DE NAVIRAÍ, com a inauguração de suas respectivas novas instalações.

 

E assim, vamos construindo o Reino de Deus entre nós e fazendo história... Lembramos que este histórico é uma grande síntese de tantas atividades e pessoas que contribuíram e estão contribuindo com a Igreja de Cristo. A estas pessoas, nossos profundos agradecimentos e orações.

 

(Colaboraram nesta pesquisa: Cleuza C. Marques da Silva, Ítalo Cândido, Sakae Kamitami, José T. Viero, José Pizato, Hipólio R. da Silva, Irmã Irma Caser, Pe. Alex Messias e dados dos Livros Tombo da Catedral).






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