No dia em que se comemorou o Pantanal, maior planície alagável do mundo, motoristas que passavam pela BR-262, em Corumbá, flagraram uma Jaguatirica atropelada às margens da rodovia. O registro feito nesta sexta-feira (12), chama atenção para dados alarmantes: uma média de cinco animais silvestres são atropelados por dia na região. 

As imagens foram feitas por Bruno Girotto, administrador do perfil Pescadores do MS. Uma vez por mês, ele pega a BR-262 em direção a Corumbá. Os flagrantes, conta, são frequentes. “Só ontem, vi jaguatirica, jacaré, quati, capivara, sucuri, macaco”, lamentou. Em outro trecho da estrada, chegou a estacionar no acostamento para espantar um bando de porcos-do-mato que se agrupavam às margens da via.

Segundo Bruno, no último ano, o número de animais mortos aumentou, consequência do fluxo intenso de carretas na região, principalmente após a baixa do Rio Paraguai, que fez com que o transporte de minério de ferro passasse ser feito pela rodovia. “É o dia inteiro passando caminhão e o Pantanal sofre com as consequências”.

Andar pelas estradas de Mato Grosso do Sul é se deparar a todo momento com a morte da fauna encontrada na biodiversidade do Estado. Por dia, uma média de cinco animais silvestres são atropelados na rodovia, segundo dados do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) divulgados neste ano.

A PMA (Polícia Militar Ambiental) faz atendimento aos animais atropelados na rodovia desde 2019, prestando socorro e mantendo em quarentena para liberação na natureza posteriormente. Aqueles que apresentam maior gravidade, já são encaminhados para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).

Além disso, desde o mês passado, Corumbá abriga o primeiro Hospital Veterinário de Campanha do programa, que trata animais atingidos por incêndios e também os que foram atropelados na BR-262. 

Jaguatirica macho encontrada morta  (Foto: Bruno Girotto)