Em Mato Grosso do Sul, o juiz Alexandre Ito, da 1ª Vara dos Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinou o bloqueio dos bens do deputado estadual Lídio Lopes (PEN) e da assessora Sheila Lins de Albuquerque, até o montante de R$ 88 mil.
Coordenador do Grupo Especial de Combate a Corrupção, o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira fez o pedido, em uma ação de improbidade administrativa em que o deputado estadual Lídio Lopes é suspeito de fraudar a lista de frequência da servidora.
A assessora foi nomeada em março de 2013, com salário de R$ 1,7 mil para trabalhar no gabinete do parlamentar, em Campo Grande, mesmo morando em Três Lagoas.
A irregularidade mais grave, segundo o Ministério Público, é que Sheila fez várias viagens internacionais no período em que devia estar trabalhando. Como prova, foram anexadas na ação várias fotos postadas no perfil dele nas redes sociais.
O deputado Lidio Lopes disse que já entrou com recurso no Tribunal de Justiça. Ele nega as irregularidades. A servidora não foi localizada.
Fantasmas
Não é de hoje que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul é 'assombrada' por suspeitas de fraude na folha de ponto para encobrir a existência de funcionários que recebem sem trabalhar.
Em 2016, o assunto veio à tona com a divulgação de um telefonema, feito um ano antes, entre os deputados Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB), em que dois falam sobre o controle de ponto dos funcionários da Casa de Leis.
Já a Justiça condenou um servidor da Casa de Leis por receber sem trabalhar. O servidor Fiorelo Rigo Alves foi condenado a devolver R$ 123.225,36, corrigido e acrescido de juros moratórios de 1% ao mês, por ter recebido da Assembleia Legislativa sem trabalhar no período de janeiro de 2011 a maio de 2015.
Após as suspeitas, Assembleia Legislativa anunciou o uso do controle de ponto digital para os servidores.