“A justiça russa é bastante rígida, mas um perdão do Governo local será buscado por nós. Entramos no caso e o Brasil buscará, diplomaticamente, o retorno de Robson ao Brasil” afirmou o presidente nas redes sociais, destacando que vai se reunir com Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores, para discutir o assunto.

    Jair M. Bolsonaro   

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- @ItamaratyGovBr @ernestofaraujo

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, havia afirmado no domingo (04) que iria encaminhar o caso a Bolsonaro. E garantiu que se comprometeria a tentar resolver a questão de maneira mais diplomática possível, “sem radicalizar”. 

#JustiçaporRobson

Robson está preso há um ano, seis meses e 21 dias, o carioca ganhou apoio de um movimento iniciado sobretudo nas redes sociais que teve a participação de vários jogadores conhecidos, como o atacante Richarlison, do Everton, e Rafael Cabral, goleiro do Reading. Propagou-se rapidamente pela internet a hashtag #JustiçaporRobson”.

Entenda o caso

Robson e sua esposa, Simone eram empregados de Fernando que na época do caso jogava no Spartak de Moscou. A família do jogador contratou o casal que embarcaram para a Rússia transportando, a pedido do sogro de Fernando, um medicamento legalizado no Brasil, mas proibido em território russo, o Mytedon – Cloridrato de metadona que é um remédio de tarja preta.

Robson declarou que não sabia o que tinha na mala, e que a família do jogador havia dito que na bagagem tinha apenas algumas roupas e mantimentos. O carioca ficou detido no aeroporto em Moscou, e acabou preso trinta dias depois, acusado de ser dono do medicamento. Nem Fernando, nem a esposa do jogador, Rafaela Rivoredo, nem o pai de Rafaela, William Pereira de Faria, confirmaram para as autoridades russas que o medicamento era de William.

O sogro de Fernando, William Faria, não fez nenhum esclarecimento para a polícia russa. Em 6 de junho de 2019, três meses após a prisão de Robson,  Fernando disse em depoimento que não sabia qual foi o modo que os remédios foram recebidos por Robson no Brasil, nem a forma de entrega, na mala ou em caixas de remédios não empacotadas, o jogador ainda fez questão de destacar que ele não mantinha contato com o sogro.

Fernando não afirmou em nenhum momento que os remédios eram de William.A esposa Rafaela, teve uma declaração bastante similar para a polícia russa, ela disse que não sabia que o pai havia pedido para Robson trazer os remédios. Na época, ela disse também não saber o endereço do pai, porque ele se mudava constantemente.

Porém, o depoimento dado por Fernando mostrou-se se bem diferente ao dado pelo jogador em vídeos gravados por um celular para o Esporte Espetacular no dia 7 de setembro de 2019.

“Quando eles foram parados no aeroporto, a gente imediatamente mandou o prontuário médico, receita, passaporte do meu sogro, tudo o que fosse necessário pra provar que o remédio era do meu sogro, porque realmente, o remédio era do meu sogro”, disse.

Fernando e a esposa se mudaram para a China, após o jogador ter acertado uma transferência do Spartak para o Beijing Guoan, no meio do ano passado. Já os pais de Rafaela se mudaram da Rússia logo após a prisão de Robson.

Nos últimos meses, a justiça russa adiou diversas audiências sobre o caso.

Desde a prisão de Robson, tanto Fernando, quanto Rafaela e William nunca mais vieram a prestar um depoimento oficial, admitindo que o sogro do jogador era o dono dos remédios.

“Que eles façam um depoimento seja através de uma entrevista, seja através de documentos que a gente possa traduzir, juramentar e levar para Moscou pra que isso tenha valor jurídico. Mas que eles façam algo. O Fernando tem condições de comprar passagem aéreas de primeira classe, até de alugar um jato, e chegar lá em Moscou e dar um depoimento sobre o que realmente aconteceu. Mas isso eles não fazem” afirmou Olímpio, advogado de Robson no Brasil.

Por Gazeta Brasil