A Polícia Federal (PF) faz nesta sexta-feira (13), operação que tem como alvo grupo ligado ao traficante Elton Leonel Rumich da Silva, conhecido como Galã ou Galant. O objetivo é cumprir três mandados de busca e apreensão e o sequestro de 39 imóveis que somam R$ 4 milhões, em Ponta Porã (MS), Santos e Presidente Prudente (SP).
Elton é indicado pela Polícia Federal como um dos principais fornecedores de drogas do Paraguai para as maiores facções criminosas do Brasil, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Também é apontado como um dos chefes do PCC no Brasil e principal nome da facção no Paraguai.
De acordo com a PF, os imóveis sequestrados da quadrilha de Galã foram adquiridos com dinheiro do tráfico e colocados em nomes de pessoas físicas e jurídicas, apontadas como 'laranjas'. Tudo para esconder o lucro do grupo obtido com o crime.
Um dos imóveis alvos da PF — Foto: PF/Divulgação
A PF verificou que os bens eram adquiridos com dinheiro do tráfico após análise de materiais apreendidos em operações anteriores que também tinha o grupo como alvo. Foram analisadas diversas planilhas de gastos, controle de veículos e registros de imóveis.
"Foi possível estabelecer clara conexão entre os bens que estão sendo apreendidos e sequestrados na operação deflagrada hoje e a atividade criminosa", afirma a PF.
Documentos apreendidos na operação — Foto: PF/Divulgação
Os mandados cumpridos nesta sexta-feira foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, que também determinou o bloqueio de valores nas contas bancárias dos investigados.
Os investigados poderão ser indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem ultrapassar 18 anos de reclusão.
A operação leva o nome de “Spollium”, que significa pilhagem em latim, sendo uma referência aos bens obtidos com atividades ilícitas pela organização criminosa.
Para a PF, o resultado da investigação sobre a quadrilha "garante que os bens e valores obtidos com as práticas ilícitas retornem ao Estado e à sociedade".
Elton Leonel Rumich da Silva, conhecido como Galã, foi condenado a 19 anos de prisão por organização criminosa — Foto: Polícia Civil Rj/Divulgação
Galã foi preso em março de 2018, por policiais civis da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), do Rio de Janeiro, em um estúdio de tatuagem em Ipanema, zona sul da capital carioca. Aos policiais, ele apresentou documento falso, entretanto, os agentes já sabiam quem ele era, após ter troca de informações com a Inteligência da Polícia Civil de São Paulo. Desde então ele permanece preso no estado do Rio de Janeiro.
Elton é acusado pela polícia de ter participado da execução do traficante que era apontado como líder na fronteira, Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016 (veja abaixo o vídeo da execução). O objetivo, segundo os investigadores, era assumir parte dos negócios de Rafaat no país vizinho como fornecedor de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Em agosto de 2019, a 2ª Vara da Justiça Federal em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, condenou Elton a 19 anos de prisão mais pagamento de multa de aproximadamente R$ 4 milhões pelo crime de organização criminosa.