Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024

DATA: 07/12/2019 | FONTE: campograndenews Chamada de “preta safada”, Marinalva esperou 8 anos por “pequena vitória” Nesta semana, a jornalista Marinalva Pereira ganhou na Justiça direito à indenização do ex-patrão
Sorriso largo da apresentadora Marinalva Pereira depois de vitória na Justiça em ação de injúria racial (Foto: Ricardo Gael)

Episódios de racismo são rotina na vida da apresentadora Marinalva Pereira desde que é criança. No entanto, na maturidade, com filhos e netos, ela precisou dar um passo além e contribuir na luta por igualdade racial. Classificar a trajetória de quase dez anos na Justiça até obter a condenação do ex-patrão que a chamou de “preta safada” como uma pequena vitória, parece no mínimo injusto, porém, a lucidez permite avaliar que até ela melhorou depois da decisão.

A experiência  a fez estabelecer uma divisão rígida para lidar com a forma como as pessoas enxergam os negros. “Existe quem gosta, os que engolem e os que não respeitam de maneira nenhuma”. Opinião incisiva, no entanto, não dispensa a reflexão profunda. “Sabemos que isso é cultural e que muitas pessoas não falam por maldade. Mas isto tem que parar”, ressalta.

Autocrítica constante motivou até a mudança de visão sobre um assunto polêmico. Prova de que um pouco de reflexão não faz mal a ninguém. “Eu era contra as cotas, mudei de ideia. Mas, eu ainda faço uma ressalva quanto a forma como é divulgada. As cotas são benéficas, porém, têm que passar por um processo de igualdade. Para não ficar esta estigmatização do cotista”, explica.

 

Foco na educação de base é uma das alternativas apontadas pela jornalista como eficazes para alcançar a igualdade racial. “Tem que começar pela escola . Tinha que ser matéria. Disciplina dada em sala de aula para não descriminar pessoas. As escolas deveriam pregar isto: igualdade para além da questão da cor”.

“Sabia que não podia confiar em preto” – Marinalva nasceu no interior de São Paulo e mudou-se para Campo Grande há cerca de 20 anos. Em 2011, ela ingressava em novo emprego. Atuaria como diretora executiva e apresentadora de uma grande emissora recém-instalada no Estado. As promessas da nova jornada, no entanto, não se concretizaram.

 

A apresentadora descobriu que a empresa não tinha autorização para atuar em Mato Grosso do Sul. A revelação desencadeou ódio expresso em forma de ofensas por parte do ex-patrão. “Eu sabia que não podia confiar em preto” e “aquela preta safada roubou até o balde”, foram algumas das frases proferidas pelo ex-patrão.





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