Antônio Augusto Freire de Carvalho Souza, 20, morador em Recife (PE), monitorou várias agências dos Correios em Dourados para entender o fluxo de movimento nos locais e os horários com o menor número de funcionários atendendo. A estratégia era para que as caixas recheadas com maconha encaminhadas por ele através do Sedex, não passassem por averiguação instantânea. Para isso, ele também colocava peças de artesanato e animais de pelúcia no interior desses objetos.
O rapaz foi preso por policiais civis do SIG (Setor de Investigações Gerais) em um hotel na região central na quarta-feira (4/9), se preparando para efetuar uma nova remessa, e apresentado nesta manhã no 1º Distrito Policial.
Com ele os investigadores apreenderam sete tabletes da droga totalizando oito quilos, duas caixas padrão usadas nas encomendas da estatal, documentos falsos e um rolo de plástico para envolver o ilícito.
As remessas já teriam sido destinadas a São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.
De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, Antônio realizava o crime em Dourados há pelo menos 45 dias.
Integrantes da quadrilha o acionavam e passavam as coordenadas e o destino de envio.
Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News
“A maconha era enviada como peças artesanais a diversos locais. Ao longo desse período em Dourados ele monitorou as agências de Correios, observando o fluxo de pessoas e de trabalhadores. Aqueles que forneciam a droga a ele também repassavam dinheiro para pagar a encomenda, feita via Sedex”, disse.
O pernambucano afirmou receber R$ 200 por cada quilo enviado e havia realizado três remessas divididas em quatro caixas. O dinheiro, segundo ele, era para auxiliar a mãe.
Antes de desembarcar em Dourados, Antônio passou por Ponta Porã para tentar realizar o mesmo esquema.
Na cidade de fronteira usou uma caixa de som para traficar maconha e pasta-base.
“Ele tentou realizar o mesmo em Ponta Porã antes de vir para Dourados. Colocou maconha e pasta base em uma caixa de som, porém, a encomenda chamou a atenção por se tratar de uma cidade de fronteira e ficou retida em São Paulo”, pontuou o delegado.
A polícia agora tenta codificar quanto entorpecente foi enviado utilizando esse método e identificar outras pessoas ligadas ao crime.
Antônio acabou autuado em flagrante pelo tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico e uso de documento falso.
Os policiais chegaram até o suspeito após denúncia de populares estranhando a movimentação constante dele próximo a uma agência.
Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News
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