A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) faz hoje (29) ações para pedir investimentos par atender pacientes com insuficiência renal. Segundo a entidade, atualmente 122 mil pacientes depende de diálise no país. Em São Paulo, são 19,5 mil pessoas atendidas por 172 clínicas em 79 municípios.
O Dia D da Diálise reúne, de acordo com o diretor da associação, Leonardo Barberes, todas as partes interessadas no tratamento da doença. “Os pacientes estão envolvidos. As clínicas, médicos, enfermeiros, todos estão envolvidos”, ressaltou.
As ações ocorrem em diversas cidades, segundo ele, como Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Belo Horizonte e Goiânia. Em São Paulo, estão sendo feitos testes de glicemia e pressão arterial na Estação da Luz e no Museu de Arte de São Paulo (Masp), dois pontos com grande circulação de pessoas.
Leonardo Barberes destaca que o descontrole dos níveis de açúcar no sangue e a pressão alta são as duas maiores causas de comprometimento dos rins. “A diabetes e a hipertensão arterial são as duas maiores causas de insuficiência renal. Por isso que estamos verificando pressão e fazendo glicemia”, ressaltou o médico. Sem o diagnóstico adequado, esses problemas podem progressivamente causar lesões irreversíveis nos rins.
O diretor da associação reclamou ainda dos atrasos no fornecimento de medicamentos e nos repasses para as clínicas que oferecem diálise. “O Ministério da Saúde paga em dia, apesar de ser baixo o valor. O grande problema é que muitos municípios atrasam, retendo quatro, cinco ou seis meses, um dinheiro que não é deles”, afirmou Barberes.
Outro problema enfrentado pelos pacientes, de acordo com o médico, é a irregularidade no fornecimento dos medicamentos para transplantados. Barberes diz que, em alguns estados, os remédios podem faltar por dois meses antes de voltarem a ser oferecidos, prejudicando os tratamentos. “O médico troca a prescrição dele para tentar adaptar. Essa é uma outra violência que a nefrologia sofre.”