O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, se encontraram neste domingo (30) na Zona Desmilitarizada, que fica entre as duas Coreias. Trump estava na Coreia do Sul desde sábado (29), após o encerramento do G20.
Após um simbólico aperto de mãos, Trump cruzou a fronteira e se tornou o primeiro presidente dos EUA a pisar em solo norte-coreano.
Ao cumprimentarem-se, os presidente trocaram breves palavras: "Fico feliz em vê-lo de novo. Jamais esperava vê-lo neste lugar", disse Kim. "Trata-se de um momento histórico que pretende pôr fim ao conflito na península", afirmou o líder norte-coreano a jornalistas.
"Eu fiquei orgulhoso de passar por cima da linha [que divide os dois países]", disse Trump a Kim, depois que os líderes retornaram ao lado sul-coreano. "É um grande dia para o mundo."
Trump cruzou a fronteira intercoreano e se tornou o 1º presidente dos EUA a pisar na Coreia do Norte — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
O presidente americano disse que "estão acontecendo coisas muito positivas" na península por causa do aproximação entre Washington e Pyongyang, iniciada no ano passado.
Trump também anunciou que os dois países começarão a realizar reuniões de trabalho "nas próximas duas ou três semanas" sobre o processo de desnuclearização.
"O que vai acontecer é que nas próximas duas ou três semanas as equipes vão começar a trabalhar", disse Trump após terminar seu encontro a portas fechadas com Kim na fronteira intercoreana, que durou cerca de 50 minutos.
O convite para o encontro foi feito por Trump no Twitter na sexta-feira (28). Ele se dispôs a um "aperto de mão" e a "dizer um alô" a Kim Jong-un. O convite foi aceito por Pyongyang poucas horas antes de os dois líderes se reunirem.
Recentemente, Trump e Kim trocaram cartas e voltaram a se elogiar, após um encontro em que não chegaram a nenhum acordo em fevereiro, no Vietnã.
Em 11 de junho, o presidente americano disse ter recebido uma "linda carta" de Kim, e no dia 23 foi a vez de o norte-coreano afirmar que estava satisfeito com o "excelente" conteúdo de uma carta escrita por Trump. Nenhum dos dois documentos foi divulgado à imprensa.
Este é o terceiro encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un, e ocorre após o desentendimento deste ano em Hanói e a primeira reunião entre os dois, realizada em Singapura em junho de 2018.
Naquela primeira cúpula, o líder da Coreia do Norte se comprometeu com o desmonte do seu programa nuclear e assinou, ao lado de Trump, uma declaração de quatro itens - que não estabelecia metas ou detalhes de como o compromisso seria colocado em prática para que o abandono da produção fosse feito de forma completa, irreversível e verificável, como pediam os Estados Unidos.
Desde então, o país abandonou seus testes de mísseis e fechou instalações nucleares, mas, segundo especialistas, ainda mantém atividades de seu programa.
O Papa Francisco em uma das audiências semanais no Vaticano nesta quarta-feira (22). — Foto: Remo Casilli/Reuters
O Papa Francisco elogiou o encontro entre Trump e Kim.
"Nas últimas horas, vimos na Coreia um bom exemplo da cultura do encontro. Eu saúdo os protagonistas, com uma oração para que um gesto tão significativo seja mais um passo no caminho para a paz, não apenas naquela península, mas para o bem do mundo inteiro", declarou o pontífice em seu discurso semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Na última terça-feira (25), 20 mil fiéis Igreja Católica da Coreia do Sul rezaram por paz na península coreana, em uma missa que marcou o 69º aniversário do início da guerra entre os dois países.