A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá, contou que durante sua carreira como magistrada já passou por diversos momentos de medo e tensão.

Em um deles, ela disse ter passado a noite em claro, sentada na cama com uma arma no colo e os filhos em volta.

A declaração foi feita no programa “Câmera Record”, exibido em rede nacional na noite de quinta-feira (2).

A reportagem mostrou o dia-a-dia da juíza, que é ameaçada de morte após prender vários figurões da política no Estado por corrupção, como o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (veja os vídeos abaixo).

Intitulada a “Sem Medo dos Poderosos”, o programa narrou que Selma Arruda recebe proteção da Polícia Civil de Mato Grosso há 1 ano e meio. 

“A minha equipe, eu tive sorte, pois são todos ótimos”, declarou a juíza.

Além de Selma Arruda, o programa ainda contou a história de outros cinco magistrados “marcados para morrer”.

Entre eles, Odilon de Oliveira, historicamente conhecido como o juiz mais ameaçado do Brasil por ter condenado mais de 100 narcotraficantes. Ele atua na 3ª Vara Federal de Campo Grande (MS).

A vida de Selma Arruda foi a penúltima a ser exposta no programa. A reportagem mostrou a magistrada como uma “mulher vaidosa” e  que não deixa de fazer o que tem vontade por conta de ameaças.

"Se a gente for levar à risca questões de segurança, não vai a lugar nenhum”, afirmou a magistrada.

Ao lado do marido, o policial aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Norberto Arruda, Selma afirmou que as ameaças não são novidades em sua vida.

Antes de assumir a 7º Vara de Cuiabá, ela passou por diversas Varas Criminais pelo interior de Mato Grosso, como na cidade de Cáceres (240 km de Cuiabá).

Foi lá, na beira do Rio Paraguai que Selma enfrentou traficantes perigosos e passou por momentos difíceis.

“Já passei uma noite em claro sentada na cama com arma no colo, filhos à volta, e não vou dizer que não senti medo porque não tem como”, declarou.

A ameaça mais recente, segundo ela, partiu do ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel. "Esse rapaz teria contratado um organização criminosa para me matar", contou.

A magistrada, que foi retratada pela reportagem como uma celebridade em Mato Grosso, afirmou que as prisões de políticos poderosos “vai deixar cicatriz eterna na história de Mato Grosso”.

“A gente tem que crescer mais para não termos mais que cumprimentar um político simplesmente porque ele não rouba. Isso é um absurdo”, disse.

Veja os vídeos da reportagem: